“Park Somin!” o jovem barista chamou, vendo uma linda garota se aproximar do balcão logo em seguida “Seu cappuccino com canela, aproveite.”
“Obrigada!” ela fez uma reverência tímida e pegou seu pedido, sumindo porta a fora.
Jinwoo sorriu, satisfeito com mais um dia de trabalho como barista naquela cafeteria; não que estivesse realizando seu sonho de vida, mas os clientes adoravam seus cafés, e aquilo era tudo o que importava no momento. Havia algo melhor do que apreciar as carinhas de satisfação das pessoas ao provar as bebidas que ele mesmo havia feito? Por enquanto não. Porém, se algo novo surgisse em sua cabeça no próximo dia, o garoto largaria tudo e seguiria em frente com a nova ideia. Sem medo ou remorso.
Mas ainda estava satisfeito sendo barista.
Espreguiçou-se para alongar o corpo, e aproveitou a pausa nos pedidos para checar seu celular rapidamente. Estava quase no final de seu expediente, e logo ia poder encontrar seu primo na festa que eles haviam marcado de ir com os amigos. Jinwoo sentia que aquele dia só melhorava e ia acabar muito divertido, de um jeito ou de outro. Estava ansioso para ver.
“Hey, Jinwoo.” sua colega de trabalho que geralmente ficava no caixa, Jieun, lhe chamou atenção. Seus cabelos coloridos estavam presos pela metade em um rabo de cavalo, o que fazia sua expressão preocupada destacar em seu rosto. “Queria te pedir um favor, se não for incomodar muito.”
“Claro, pode falar!”
“Então, ultimamente a cafeteria tem ficado muito cheia na hora logo em seguida do fim do seu expediente, e acaba ficando muito pesado para eu cuidar sozinha. Semana passada eu fiz uma bagunça com os pedidos, os clientes queriam me matar.” ela deu uma risadinha nervosa, sendo confortada com um sorriso compreensivo de Jinwoo. “Conversei com o chefe e ele sugeriu que eu pedisse pra você fazer hora extra... Você acha que consegue?”
“Mas é-”
“Ah, espera aí que tem um moço esperando para ser atendido, pode me responder depois!” Jieun voltou para seu lugar no caixa, pedindo desculpas para o cliente, que estava com uma cara de poucos amigos.
Jinwoo não tinha dúvidas de sua resposta, para ele era óbvio que ajudaria a amiga; havia marcado um compromisso com o primo, mas não via problema chegar um pouco atrasado por ter ajudado alguém que precisava, e tinha certeza que o outro entenderia. Por fim, o garoto voltou-se para sua amada máquina de café, começando a preparar o pedido do cliente, que ele já sabia qual era.
“Sr Lee. Um americano prontinho, faça bom proveito.”
Observou o homem agradecer e ir se sentar sozinho, até ele provar o café e fazer aquela expressão satisfeita, que fez a alma de Jinwoo pesar três vezes menos. Se aquilo não era o paraíso, não sabia o que era.
O celular do garoto tremeu duas vezes seguidas em seu bolso, como acabara de entregar o pedido, e Jieun estava ocupada servindo uma torta, Jinwoo resolveu dar uma olhada rápida no aparelho. Franziu o cenho quando leu a mensagem de seu primo:
Estou morrendo. Seguida de uma localização em algum lugar do bairro de Hongdae.
Jinwoo suspirou, sabendo que se tratava de um exagero, mas ainda sim ficando preocupado. Era até um tanto comum seu primo passar mal por causa de bebedeiras e mandar mensagens desse tipo, e todas as vezes era apenas uma ressaca normal. Mas e se daquela vez não fosse? Jinwoo deveria ir ajudar o idiota do seu primo que poderia estar entrando num coma alcoólico dessa vez, ou ficar e fazer hora extra para ajudar Jieun, que só estava fazendo o trabalho dela, e não tinha culpa do seu primo ser um bundão?
Fazer hora extra.
Encontrar o primo.